Tem duas linhas de atuação neste contexto, e as duas vão contribuir fortemente para o desenvolvimento do setor. A primeira delas é a revisão e adequação dos marcos regulatórios vigentes. A ANTT herdou e consolidou regulamentos da antiga Rede Ferroviária (RFFSA) e do ex-DNER, seja na área de passageiros, de transporte ferroviário de cargas ou rodovias. Nesse aspecto, percebemos a necessidade de modernizar esse marcos, trazendo-os para o momento atual.
O segundo ponto é a construção de um marco regulatório que seja mais aderente ao novo modelo de concessão de serviços e exploração de infraestrutura que a ANTT está desenvolvendo a luz de sua missão que é a de assegurar aos usuários a prestação de serviços e exploração de infraestrutura em padrões adequados.
Estamos buscando criar um novo paradigma para a regulação dos setores afetos à ação da ANTT e este novo padrão será a referência para a revisão dos marcos existentes, ou seja, os existentes serão adequados no que couber, ao que está sendo construído de novo.
Neste sentido, são muitos os desafios que a Agência vai enfrentar onde se destacam: - o PROPASS, que é o novo sistema rodoviário de transporte de passageiros,
- o novo modelo de concessão de ferrovias a ser adotado na malha da VALEC e
- as novas concessões rodoviárias onde se privilegiará a manutenção do nível de serviço.
Além disso, existe o projeto do Trem de Alta Velocidade - TAV, que vai alavancar um novo patamar no segmento de transporte ferroviário de passageiros. É algo absolutamente novo para a ANTT, para o Brasil e para todo o continente americano. Nem os Estados Unidos têm um Trem de Alta Velocidade.
Temos um conjunto de projetos desafiadores em andamento, a Agência está mobilizada e atuando em uma grande mudança. Analisando o que a ANTT tem para fazer em curto prazo, os desafios são enormes e esses novos projetos vão sinalizar para o mercado qual é o compromisso da ANTT com a sua missão, pois com certeza vão contribuir para impulsionar o desenvolvimento do setor de transportes terrestres no país.
Ao longo da minha vida profissional eu sempre trabalhei com essa visão de trocar experiências com o meio acadêmico. Em minha opinião, é fundamental e desejável a aproximação da vida real com a vida acadêmica. E isso traz ganhos enormes para os dois lados. Do ponto de vista de quem trabalha com o mundo prático, interagir com o que está acontecendo no mundo acadêmico nos permite ter uma visão mais ampla, mais filosófica e mais abrangente do pensamento e ajuda a refletir sobre novas formas de ver a aplicação destes conceitos.
Trazer a vida acadêmica para o trabalho do cotidiano faz com que surjam conceitos sobre os quais normalmente não temos tempo para refletir. As Instituições Públicas de uma maneira geral estão sempre muito focadas em seus desafios e particularmente na ANTT estamos com um alto nível de preocupação e concentração para alavancarmos os projetos estratégicos e isto muitas vezes não nos permite para pensar em novos conceitos.
Por outro lado, levar para o meio acadêmico a experiência prática dá a oportunidade de testar seus estudos, suas teorias e pesquisas e também de pensar novos conceitos que permitam dar mais aderência aos seus trabalhos.
É uma troca onde todos ganham e se complementam: ganha o lado prático que traz uma visão mais sofisticada, mais elaborada, mais conceitual para a aplicabilidade do seu dia a dia e ganha o meio acadêmico que torna mais pragmático o seu trabalho.
Eu acho perfeito. Desde que assumi a direção da Agência, senti falta de um instrumento que pudesse divulgar trabalhos técnicos sobre o segmento de transportes terrestres, e a Revista ANTT se propõe a ser a materialização dessa troca de experiências. Além de gerar oportunidades de divulgar trabalhos inéditos, que muitas vezes não temos oportunidade de conhecê-los, trará também aos profissionais do Setor visões diferenciadas, o que contribui para o debate e enriquecimento do tema. Acho que trará um olhar diferente, que contribuirá para a gestão do conhecimento do Setor de Transportes Terrestres.