Companhia DOCAS do Estado de São Paulo, analisa e discorre sobre, o que considera, um desempenho bastante satisfatório nos últimos anos do Porto de Santos, a partir da definição de importantes metas: a conclusão e implementação de projetos de infraestrutura, um forte desempenho financeiro, a manutenção na demanda de movimentação de cargas - mesmo com a crise financeira mundial -, a realização de concorrências para novos arrendamentos e a evolução de estudos imprescindíveis para a expansão e o desenvolvimento portuário.
Num aspecto otimista, os resultados apontam para uma movimentação de cargas em 2024 de 230 milhões de toneladas. Atualmente, o Porto tem uma capacidade de atendimento de cerca de 115 milhões e fechou 2009 com 83,1 milhões de toneladas.
A previsão para 2024 também mostra projetos hoje em andamento atingindo boas marcas de movimentação. Somente no segmento de contêineres, a Embraport apresenta potencial para chegar a 1,85 milhão TEU e a BTP a 1,79 milhão TEU, somados à otimização e expansão dos terminais existentes que projetam estimativas de 1,9 milhão TEU para Santos Brasil, 1,35 milhão TEU para Libra Terminais, 900 mil TEU Tecondi e 800 mil TEU para a área do Saboó. Essas projeções mostram que Santos está bem atendida para o crescimento no segmento de contêiner e também de cargas, como veículos e granéis vegetais, apenas com as soluções já definidas e com projetos bem delineados.
Com relação ao setor de granéis líquidos, fertilizantes e enxofre, o estudo apresenta um quadro que requer a aceleração dos negócios visando uma expansão mais urgente. De toda forma, já estamos com algumas ações previstas. Além da BTP que atenderá também o setor de granel líquido, há a implantação de novos berços para essa carga, tanto na Ilha Barnabé como no Terminal da Alemoa, e a perspectiva de se dedicar a área de Conceiçãozinha para granel sólido.
Paralelo ao projeto estrutural do Porto, existe outro projeto, que avançou bastante, e que está na fase de preparação dos termos de referência para que a CODESP possa licitar, com recursos próprios, a implantação do VTMIS (Vessel Traffic Management Information System) e assumir como Autoridade Portuária o pleno gerenciamento e controle do tráfego de embarcações na área do Porto e na zona de fundeio.
Demos passos muito importantes para a melhoria da infraestrutura portuária. A implantação do viaduto sobre a Rua João Pessoa é um marco histórico no sistema viário do Porto. Além de eliminar o conflito rodoferroviário no local, o tráfego foi distribuído em direção à região de Outeirinhos e ao trecho Macuco/Ponta da Praia, atendendo às principais demandas da margem direita: açúcar, contêineres e grãos. Outro ponto importante no projeto da Avenida é o traçado ferroviário que teve, na região de Outeirinhos, a implementação de cinco faixas para ferrovia, criando condições para expansão do transporte por esse modal.
A pista de entrada já se estende da Praça Barão do Rio do Branco até a Praça da Santa, possibilitando a utilização plena do viaduto e estabelecendo novo acesso às instalações do Terminal de Passageiros até a Ponta da Praia.
As obras do trecho Santa/Canal 4, incluindo o segundo viaduto, já foram iniciadas e devem estar concluídas em torno de novembro próximo.
Quanto ao acesso viário na margem esquerda, o projeto executivo está concluído e contempla as novas intervenções estabelecidas com a Prefeitura Municipal de Guarujá. A expectativa é iniciar as obras ainda no primeiro semestre de 2010. A segunda fase do projeto da Perimetral da Margem Esquerda já está prevista e ligará a Avenida Santos Dumont à rodovia Cônego Domenico Rangoni.
A elaboração do projeto executivo do chamado Mergulhão é mais uma ação importante para a melhoria da infraestrutura viária. Com 1,1 km de extensão através de passagem subterrânea, será concebido para eliminar, definitivamente, um dos maiores gargalos do sistema, caracterizado pelo estreitamento das vias naquele trecho, intensificado ainda pela confluência com as linhas ferroviárias.
Com essas iniciativas, o Porto prepara suas vias de acesso, terrestres e aquaviárias, para atender à demanda projetada de movimentação de cargas e à ampliação das instalações com o ingresso de novos terminais. Mas há também os aspectos logísticos de acesso, fora da área do Porto que despertam grande preocupação, em função da expansão.
O impacto dos novos terminais requer um redimensionamento rodoferroviário que se integre aos projetos que a CODESP já desenvolveu e os que estão em fase de implementação. A Secretaria Especial de Portos já trabalha para a elaboração de um convênio com o governo do Estado de São Paulo para tratar dessa questão.
O Porto mostrou que é, de forma global, um grande negócio. Alem do crescimento verificado no movimento físico, Santos ampliou sua participação na balança comercial brasileira. A pluralidade no atendimento é um dos diferenciais que caracterizam a força do Porto de Santos.
O Plano de Expansão caracteriza o cenário portuário para os próximos três qüinqüênios, considerando o momento atual, os principais projetos consolidados e os factíveis, aliados a estudo de demanda da hinterlândia, abrangendo mercados de origem e destino, principais parceiros comerciais e PIB médio brasileiro e mundial, entre outras variáveis.
Com base em dois estudos recentemente concluídos, a CODESP se prepara para elaborar um novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de Santos que deverá ser encaminhado ao Conselho de Autoridade Portuária ainda no primeiro semestre de 2010.
O Estudo de Acessibilidade e o Plano de Expansão estão sendo analisados pela diretoria e podemos garantir que foram realizadas a partir de metodologia científica, pesquisas muito apuradas e um detalhamento que nos permitirá programar com bastante precisão os rumos do Porto nos próximos 15 anos.
Foram avaliadas no estudo de acessibilidade, as condições necessárias para que as vias de acesso ao Porto de Santos possam estar dimensionadas ao crescimento previsto para a movimentação de carga, com um foco bastante dirigido sobre a hinterlândia primária. O momento é de depuração dos dados apresetados, identificando os principais gargalos. Uma ação determinante será a mudança da matriz de transporte, principalmente para as cargas de curta distância, privilegiando o modal ferroviário, hidroviário na Baixada Santista, esteiras transportadoras e dutovias, com o objetivo de desafogar o máximo possível o tráfego rodoviário.