Em novembro de 2009, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) realizaram, em Moscou, uma reunião ministerial com centenas de países de todo mundo, onde recomendações foram feitas no sentido de reduzir o número de acidentes de trânsito no planeta. De acordo com o Relatório Global sobre a situação de Segurança Viária - primeira análise detalhada sobre 178 países que foi publicado em 2009 pela OMS - ferimentos causados por acidentes de trânsito permanecem um problema de saúde pública, principalmente nos países de média e baixa renda. Segundo a OMS, morrem no mundo cerca de 1,2 milhões de pessoas todos os anos por causa da violência do trânsito, enquanto 20 a 50 milhões ficam feridas.
No referido relatório, a OMS ainda informa que, se continuarem nesse ritmo, as fatalidades passarão do nono lugar (2004) para o quinto lugar (2030) entre os maiores fatores de mortalidade no mundo, alcançando cerca de 2,4 milhões de mortos ao ano.
A grave crise mundial na segurança viária e veicular levou a Organização das Nações Unidas (ONU) a proclamar nos próximos dez anos - 2011 a 2020 - Década Mundial de Ação pela Segurança Viária, problema que se não for encarado com a devida seriedade, pode afetar o desenvolvimento sustentável de vários países.
AÇÃO IMEDIATA
Um levantamento feito pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, a pedido da revista VEJA, com base nos pedidos de indenização do seguro obrigatório de veículos (DPVAT), demonstra que a violência no trânsito é muito maior no Brasil do que fazem crer as estatísticas oficiais.
Pior que o acidente em si, são as suas consequências. Entre elas estão: gastos públicos: Resgate, Hospitais, Infraestrutura, Sociais e Alto Custo Emocional.
O cenário do trânsito no Brasil a cada ano que passa se torna mais caótico. O número crescente de veículos (automóveis, motocicletas, etc.), somado à má formação do condutor, o mau comportamento de grande parte dos condutores, à sinalização inadequada, vias com má conservação, etc., geram progressivamente um número de mortos e feridos absurdamente alto. Não se tem dúvida de que essa pandemia deva ser combatida, pois a violência no trânsito mata mais crianças entre 5 e 14 anos em todo mundo do que a AIDS ou Malária, além de ser a principal causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos.
O total de vítimas de acidentes de trânsito indenizadas pelo seguro DPVAT em 2012, é o bastante para encher 9 dos 12 estádios da Copa do Mundo em 2014.
O Observatório Nacional de Segurança Viária vem trabalhando seriamente para promover os subsídios técnicos necessários para o desenvolvimento seguro do trânsito em prol do cidadão, facilitando sempre o convívio harmônico entre pessoas, veículos e vias.
PILARES DO OBSERVATÓRIO JUNTO A ONU
Fiscalização: Adotar e/ou implementar plenamente os instrumentos jurídicos definidos pela Organização das Nações Unidas e incentivar a criação de instrumentos para a segurança viária regional. Incentivar a criação de parcerias multissetoriais e a ação de entidades de liderança com capacidade de desenvolver e conduzir a entrega de estratégias nacionais de segurança viária, planos e metas apoiadas pela coleta de dados e pesquisas para avaliar projetos de contramedidas, além de monitorar sua implementação e eficácia.
Infraestrutura: Aumentar a segurança e a qualidade das obras inerentes à proteção de redes rodoviárias para o benefício de todos os cidadãos, especialmente os mais vulneráveis (pedestres, ciclistas e motociclistas).
Segurança Veicular: Incentivar a implantação universal de veículos melhores e de tecnologias de segurança passiva e ativa, por meio de adoção de relevantes padrões globais e da criação de sistemas de informação dos consumidores, além de incentivos para acelerar a adoção de novas tecnologias. Fomentar e apoiar tecnicamente a implantação de um centro independente de homologação e realização de testes veiculares no Brasil.
Educação: Desenvolver programas abrangentes para melhorar as estradas e o comportamento dos usuários. Fiscalização contínua ou ampliação de leis e normas, combinadas com a sensibilização do público por meio de campanhas para universalizar o uso de cinto de segurança e do capacete por motociclistas e ciclistas.
Saúde: Aumentar a capacidade de resposta a emergências pós-acidentes e melhorar a capacidade dos sistemas de saúde e outros relacionados, para fornecer tratamento apropriado e condições adequadas para a reabilitação das vítimas de acidentes.
O Observatório Nacional de Segurança Viária é uma organização não governamental sem fins lucrativos e reconhecida pelo Ministério da Justiça como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). Criada a partir da iniciativa de profissionais de diferentes áreas (Educação, Fiscalização e Penalização, Legislação, Avaliação Veicular, Engenharia, Formação do Condutor, etc.), que preocupados com os altos índices de acidentes no trânsito brasileiro, decidiram fundar uma organização que atue como agente catalisador da sociedade brasileira no que diz respeito ao desenvolvimento e à gestão de ações de segurança viária e veicular.
Mais que um órgão consultivo, o Observatório nasce como órgão de inteligência, destinado a promover os subsídios técnicos necessários para o desenvolvimento seguro do trânsito em prol do cidadão, por meio da educação, pesquisa, planejamento e informação. A ideia é executar ações que gerem soluções eficientes, necessárias ao convívio harmônico entre pessoas, veículos e vias.