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Volume 2 Número 2 - Novembro de 2010
ISSN: 2177-6571

MONITORAMENTO DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS ASSOCIADAS ÀS CONDIÇÕES GEOLÓGICAS-GEOTÉCNICAS DA RODOVIA BR-116/RJ E SEU ENTORNO: CORRELAÇÃO CHUVAS, PIEZOMETRIA E MOVIMENTOS DAS ENCOSTAS DOS KM 87 E KM101 DA BR-116/RJ.

23/11/2010

Maurício Ehrlich (COPPE/UFRJ), Clara Ferraz (CRT), Sergio Magalhães (CRT)

Resumo

Correlacionam-se chuvas, piezometria e movimentos de encostas em dois trechos da BR -116/RJ. Busca-se explicitar os mecanismos e as condições de estabilidade da região estudada, levando em consideração as condições locais geológico-geotécnicas e de drenagem da área. Observou-se nos dois locais, que a subida do lençol apresenta-se defasada de cerca de 7 dias do pico da chuva e que intensidades inferiores a 50mm em 96 horas basicamente não foram sentidas pelos piezômetros. No km 101, as movimentações laterais foram monitoradas por inclinômetros e, como seria de esperar, ocorreram com maior velocidade nos períodos chuvosos, praticamente não se observaram movimentações nos períodos de estiagem. Em linhas gerais, a direção e a profundidade dos movimentos observados mostraram-se condizentes com o perfil geológico-geotécnico encontrado no local.

Palavras-chave: monitoramento, encostas, inclinometro, piezometro, pluviometria.

1. INTRODUÇÃO

A BR-116 interliga duas importantes regiões do país – Sudeste/Nordeste, e tem destacada relevância para o escoamento da produção agrícola. Em virtude do forte apelo turístico da região, o trecho entre a BR-040 e a BR-393 tem grande volume de tráfego, principalmente nos finais de semana e feriados prolongados, com maior concentração no trecho da Serra dos Órgãos.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Concessionária Rio - Teresópolis (CRT) tem investido num programa de pesquisa junto à COPPE procurando aprofundar o conhecimento das condições reais de campo. Tem-se por objetivo melhor explicitar os mecanismos que governam a instabilização de encostas na região serrana. Em linhas gerais, tais problemas estão associados às condições geológico-geotécnicas e de drenagem.

O problema de instabilidade das encostas se agrava no período compreendido entre os meses de novembro e março, quando a intensidade das chuvas aumenta ocasionando escorregamentos de encostas e também enchentes.

O artigo é parte de um estudo de maior envergadura que visa correlacionar chuvas com o comportamento das encostas, caracterizar o regime pluviométrico e desenvolver um sistema de alerta meteorológico. Busca-se também desenvolver modelos numéricos de previsibilidade de temporais e acidentes relacionados.

Para monitoração mais detalhada escolheram-se dois trechos com histórico de problemas: o km 87 e o km 101. Apresenta-se a seguir um breve relato de problemas ocorridos nesses trechos.

 

2. HISTÓRICO

Em fevereiro de 2005, verificou-se rotura de toda seção da estrada ao longo de um trecho de 40 m de extensão na altura do km 87,3. Na figura 1 apresenta-se foto do local do acidente. A rotura atingiu cerca de 10 m de profundidade envolvendo a camada de aterro e também terreno natural situado abaixo. O material deslizado avançou na forma de uma corrida de lama em direção ao Condomínio da Granja Comary, tendo percorrido uma distância de 120 m de extensão. Foi significativo o montante de precipitação antecedente à rotura. Verificou-se um total de 134 mm de chuvas nos 4 dias anteriores ao evento. A precipitação diária máxima observada em fevereiro ocorreu no dia 05 atingindo o valor de 63.2 mm. No dia do colapso (08/02) a precipitação foi de 7.2 mm. Esses dados correspondem à Estação Climatológica Auxiliar de Teresópolis localizada na cota 874 e distante 4.5 km do local do acidente (cota 936). No entanto, comparando-se esses valores com a série histórica não se pode dizer, que o montante de chuva tenha sido excepcional.

No km 101 tem-se um antigo histórico de movimentos lentos. No início da década de 70 efetuou-se um alteamento de cerca de 2 metros de forma a melhor confinar a base da pista e minimizar os movimentos. Após a intervenção, os movimentos diminuíram, mas não cessaram por completo (Bittencourt e Pinto, 1978).


Figura 1: Foto do local do acidente no km 87 (Jornal O DIA).

 


3. CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA DOS LOCAIS

Sondagens foram executadas objetivando verificar os subsolos dos dois locais. Na Figura 2 apresenta-se o perfil do terreno observado na região do km 87.3 (local do colapso de fev/2005), que pode ser considerado típico do local. Um aterro de baixa permeabilidade encontrava-se posicionado sobre camadas de maior permeabilidade bloqueando em parte o fluxo da água subterrânea.

Sondagens convencionais e geofísicas resistivas foram efetuadas para caracterizar o perfil do subsolo encontrado no km 101. Os ensaios geofísicos demonstraram a ocorrência de uma língua de material menos consolidado que segue das partes de menor profundidade para as áreas mais profundas. Esta língua apresenta-se inclinada (~45º) em relação ao eixo da rodovia no sentido Rio de Janeiro e tem profundidade variando de 30 m (cota 215, perfil CRT-02) a 70 m (cota 140, perfil CRT-08) e largura entre 150 m (a 27 m de profundidade) e 100 m (a 47 m de profundidade).

Tais estudos, associados aos testemunhos obtidos nas sondagens, indicam que a partir de 9m de profundidade da superfície do terreno tem-se a presença se um paleotalus, ou seja, blocos de rocha vindo da escarpa acima, depositados ao longo de milhares de anos num antigo talvegue.

Outro dado importante que reforça a teoria da existência de um depósito de blocos de rocha na região do km 101 é o fato das sondagens revelarem a ocorrência de “Granito Alterado” se iniciando em pequenas profundidades, em torno de 9 m, e se estendendo até o limite das sondagens (~50 m). De acordo com o perfil geológico desta região, o substrato granítico é encontrado nos grandes picos, sotoposto à suíte Santo Aleixo, composta basicamente de gnaisses.


Figura 2: Perfil Geotécnico Típico do local do acidente – km 87 (Ehrlich, 2008).

 

4. INSTRUMENTAÇÃO

Os furos de sondagens foram aproveitados para a instalação da instrumentação (Oliveira et al, 2008). A monitoração em sua maioria é automática e no caso das chuvas transmite os dados coletados em tempo real. Concomitantemente está sendo efetuado um levantamento sobre informações pré-existentes de chuvas e deslizamentos de encostas relacionados à rodovia.

Encontram-se em operação estações meteorológicas automáticas situadas nos km 40, km 71, km 81, km 94, km 105 e km 133,5, além de informações e dados disponíveis nos principais centros de previsão de tempo. A transmissão dos dados de campo se dá via sistema de telefonia celular.

Para monitoramento das poropressões foram instalados piezômetros tipo corda vibrante (elétricos) e Casagrande. 11 piezômetros Casagrande e 11 elétricos foram instalados pelos km 86,3, 86,8, 87,3, 87,9 e 101. Com exceção do km 101 que possui 3 Casagrande e 3 elétricos, os outros trechos monitorados contam com dois pares de cada instrumento. A monitoração dos instrumentos elétricos é automática, o que facilita cotejar a interrelação entre chuvas, fluxos e pressões de água subterrânea. As leituras automáticas viabilizam o acompanhamento durante chuvas intensas.

No km 101, em duas verticais, são monitorados os movimentos laterais através de inclinômetros (21 meses de monitoração). As leituras dos 2 instrumentos serão apresentadas a seguir.

As figuras 3 e 4 apresentam as locações dos instrumentos nos trechos estudados. Na Tabela 1 tem-se a localização e profundidade de assentamento dos piezômetros.

Figura 3: Localização da instrumentação do entorno do km 87.

Figura 4: Localização da instrumentação do entorno do km 101.

Tabela 1: Localização dos piezômetros


km Posição Pista Tipo Cota do terreno (m) Profundidade (m) Cota de posicionamento (m)
86,3 bordo 1 C.grande 938,42 14,75 923,67
86,3 bordo 1 Elétrico 938,73 23,30 915,43
86,3 bordo 2 C.grande 940,36 8,25 932,11
86,3 bordo 2 Elétrico 939,89 19,65 920,24
86,8 bordo 1 C.grande 929,45 26,68 902,77
86,8 bordo 1 Elétrico 929,55 24,50 905,05
86,8 c. corte 2 C.grande 943,99 13,90 930,09
86,8 c. corte 2 Elétrico 938,64 10,80 927,84
87,3 sob o vdt 1 C.grande 932,10 11,45 920,65
87,3 sob o vdt 1 Elétrico 929,01 17,20 911,81
87,3 c. corte 2 C.grande 950,28 15,60 934,68
87,3 c. corte 2 Elétrico 941,00 14,50 926,50
87,9 bordo 1 C.grande 951,55 18,50 933,05
87,9 bordo 1 Elétrico 951,48 17,90 933,58
87,9 c. corte 2 C.grande 963,18 18,25 944,93
87,9 c. corte 2 Elétrico 960,88 12,90 947,98
101 bordo 2 Elétrico 238,58 12,90 225,68
101 bordo 2 C.grande 238,36 7,45 230,91
101 bordo 1 Elétrico 235,57 17,00 218,57
101 bordo 1 C.grande 235,93 8,10 227,83
101 c. corte 1 Elétrico 240,86 23,30 217,56
101 c. corte 1 C.grande 241,07 7,85 233,22

 

5. RESULTADOS

5.1. Inclinômetros

As figuras 5 e 6 apresentam as leituras coletadas até dia 11 de dezembro de 2009. As leituras iniciaram em abril de 2007, em linhas gerais os dois pontos de monitoração têm apresentado comportamentos semelhantes. A diferença entre eles está na superfície de movimentação que no inclinômetro I1 se situa a 10 m de profundidade, enquanto que em I2 essa superfície fica na cota de 17,50 m abaixo do nível do terreno.

Os deslocamentos acumulados são da ordem de 70 mm e observam-se maiores taxas de velocidade de movimentação nos períodos chuvosos, chegando nesses períodos à cerca de 20 mm/mês. Até o momento tem-se em média uma velocidade de cerca de 40 mm/ano corroborando com a expectativa de movimento lento.

O movimento por ser intermitente se classifica como rastejo, diferentemente da fluência que se trata de um movimento contínuo.


Figura 5: Leituras Inclinômetro I1- km 101.

Figura 6: Leituras inclinômetro I2 – km 101

5.2. Estudos geofísicos

 

Na figura 7 apresenta-se o perfil geoelétrico CRT-02, que passa pelo ponto de instalação do inclinômetro I2 no bordo da pista sentido RJ. O perfil CRT-03 que passa pela posição do inclinômetro I1 na outra margem da rodovia, pode ser visualizado na figura 8. Os resultados indicam a presença de uma faixa de material menos resistivo que vai das partes superiores às camadas mais profundas (Marcelino, 2008).

Observa-se que os pontos que se verificam maiores deslocamentos laterais encontram-se em zonas de transição de materiais de diferentes resistividades; no inclinômetro I1 a 10 m de profundidade e no inclinômetro I2 a 17,50 m. Nota-se também que I1 está praticamente todo em área de anomalia condutiva, ficando apenas a extremidade inferior em zona de rocha sã, representada pela cor azul.


Figura 7: Perfil CRT-02 e inclinômetro I2

Figura 8: Perfil CRT-03 e inclinômetro I1.

5.3. Pluviógrafos

Na figura 9 tem-se os registros pluviométricos de chuvas acumuladas de 96h correspondentes ao período de janeiro de 2008 até dezembro de 2009. Observa-se que ocorreram picos de chuva significativos nesse intervalo de leituras, passando de 300 mm em três eventos, sendo dois deles maiores que 400 mm. Como esperado, as maiores leituras ocorrem entre novembro e abril.

Figura 9: Leituras pluviométricas.

5.4. Piezômetros

Na figura 10 apresentam-se leituras do piezômetro elétrico do km 87,3 (instalado sob o viaduto) junto com os registros pluviométricos (acumulados de 96 horas) das estações meteorológicas situadas no km 71, km 94 e km 105. Na figura 11 os gráficos correspondentes ao piezômetro elétrico instalado no km 101 na pista 1 no sentido RJ apresenta resultados semelhantes.

Percebe-se nos dois casos que as leituras dos piezômetros variam de acordo com as variações pluviométricas maiores que 100 mm. O tempo de resposta é de aproximadamente 7 dias, ou seja, após um evento chuvoso de mais de 100 mm em 96 horas, um pico nas leituras piezométricas é registrado no decorrer de uma semana.


Figura 10: Leituras piezométricas no km 87,3 (sob o viaduto) vs. leituras pluviométricas.


Figura 11: Leituras piezométricas no km 101 sentido RJ vs. leituras pluviométricas.

 

6. CONCLUSÕES

Os pluviógrafos assinalam a estação chuvosa entre os meses de novembro e abril, podendo atingir picos significativos com valores diários maiores que 150 mm.

Os resultados piezométricos mostram que a variação de poropressão acompanha o regime de chuvas e podem alcançar variações da ordem de 7 m (Piezômetro km 87,3 viaduto). As leituras piezométricas foram sensíveis às chuvas acumuladas (96h), com uma defasagem de aproximadamente sete dias em relação aos picos de chuva. Os picos pluviométricos com intensidades menores que 50 mm em 96 horas basicamente não foram sentidos pelos piezômetros.

As movimentações laterais medidas nos inclinômetros instalados no km 101 assinalaram maiores velocidade de deslocamento nos períodos chuvosos, praticamente não havendo movimentação nos períodos de estiagem. Verificou-se nos dois instrumentos instalados, resultados similares tanto quanto a velocidade e períodos de deslocamento quanto no valor de deslocamento acumulado (~70 mm). O movimento é classificado como Rastejo por ser intermitente e em termos de velocidade de deslocamento (~40 mm/ano) pode ser descrita como Muito Baixa, segundo a escala de classificação de Cruden e Varnes (1996). No entanto, em períodos chuvosos essas taxas de deslocamento podem chegar à ordem de 20 mm/mês.

Verificou-se através dos ensaios geofísicos efetuados no km 101, a ocorrência de uma língua de material menos consolidado que segue das partes de menor profundidade para as áreas mais profundas. Esta língua apresenta-se inclinada (~45º) em relação ao eixo da rodovia no sentido Rio de Janeiro e tem profundidade variando de 30 m (cota 215, perfil CRT-02) a 70 m (cota 140, perfil CRT-08) e largura entre 150 m (a 27 m de profundidade) e 100 m (a 47 m de profundidade).

Tais estudos, associados aos testemunhos obtidos nas sondagens efetuadas anteriormente, indicam se tratar de um paleotalus, ou seja, blocos de rocha vindo da escarpa acima, depositados ao longo de milhares de anos num antigo talvegue.

Outro dado importante que reforça a teoria da existência de um depósito de blocos de rocha na região do km 101 é o fato das sondagens revelarem a ocorrência de “Granito Alterado” se iniciando em pequenas profundidades, em torno de 9 m, e se estendendo até o limite das sondagens (~50 m). De acordo com o perfil geológico desta região, o substrato granítico é encontrado nos grandes picos, sotoposto à suíte Santo Aleixo, composta basicamente de gnaisses.

Os dois inclinômetros estão instalados nesta zona de anomalia condutiva (língua) e o sentido de movimentação coincide com o sentido de orientação desta área de material de menor resistividade.

 

REFERÊNCIAS

Bittencourt, Y. e Pinto, S. (1978) Estudo geológico geotécnico na análise da estabilidade de talude de corte do km 43 + 500m, da BR-116/RJ, Rio Corujas – Teresópolis. Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisas Rodoviárias.

Cruden, D.M., Varnes, D.J., 1996, “Landslides types and process”, Special Report 247: Landslides – Investigation and mitigation, pp.36-75.

Ehrlich, M. (2008) Monitoramento das condiçõesclimáticas associadas às condições geológicas-geotécnicas da Rodovia BR-116/RJ e seu entorno, Relatório, Projeto de pesquisas ANTT/CRT.

Marcelino, M. B (2008) Levantamento geofísico (geoelétrico) do km 101 da Rodovia BR-116/RJ, Relatório, Projeto de pesquisas ANTT/CRT.

Oliveira, G. A., Ehrlich, M. e Lacerda, W. A. (2008) Monitoramento de encostas dos km 87 e 101 da Rodovia BR 116/RJ. XIV Cobramseg- Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica - vol. 2 - Búzios – Rio de Janeiro- Brasil.

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